No final da festa, quando a maioria dos convidados já tinham ido embora, o noivo sobe no palco, pega o microfone e diz:
"E agora, o fim está próximo. Já até fecharam as cortinas. Meus amigos, vou dizer claramente sobre o meu caso. Está tudo bem claro.
Eu vivi uma vida cheia. Viajei em quase todas as estradas. E muitas outras coisas, eu fiz do meu jeito.
Arrependimentos... tive alguns. Mas mesmo assim, tão pequenos, que nem vale a pena mencionar. Eu fiz o que tinha de fazer. E passei por tudo, tudo, sem exceção.
Eu planejei cada passo. Cada pequeno movimento pelo caminho. E mais ainda, muito mais que isso, tudo do meu jeito.
Sim, houve tempos, eu sei que vocês sabem, em que talvez eu tenha mordido mais do que conseguiria comer. Mas aí, quando surgiam dúvidas, eu engolia tudo, ou cuspia. Eu encarava de cabeça erguida. E encarei do meu jeito.
Eu amei, eu ri, eu chorei, eu tive minha parte. E minha porção de perdas. E agora, sem lágrimas nos olhos, acho que foi tudo muito excitante.
E pensar que fiz tudo isso. Ainda ouso dizer: não foi de uma maneira discreta. Ah não, meus amigos, eu não. Eu fiz tudo do meu jeito.
O que é um homem? O que um homem tem? Apenas a ele mesmo! Para dizer as coisas que ele realmente sente! E não dizer as palavras daqueles que se ajoelham. As gravações mostraram como eu atropelei a vida! E fiz isso do meu jeito!"
28 junho 2009
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