30 novembro 2009

Considerações teatrais...

Esse final de semana assisti um espetáculo ótimo do grupo Clowns de Shakespeare, que me deixou muito feliz, e até com um pouco de inveja (tamanha qualidade artística) e com um pouco de vontade de montar novos espetáculos.
E devo dizer que quando você trabalha com teatro, assistir um espetáculo é uma coisa muito estranha. Eu já entro na sala reparando se a cortina está aberta ou fechada, quantos refletores tem para a geral e outros detalhes como esses. É um inferno! Eu não consigo evitar reparar no acabamento do figurino, ou se a luz está bem afinada ou não. Meu olhar está treinado para isso!
A medida que o espetáculo acontece, minha cabeça está sempre a mil, imaginando se existiria um jeito melhor de encenar aquele texto, ou se o ator poderia ter dito o texto com outra entonação, ou se ele perdeu a chance de fazer uma piada que seria ótima...
Mas com "O Capitão e a Sereia" (a peça do final de semana) foi diferente. Eu voltei a ser um menino que ouvia uma história interessante e inédita.
E olha que eles ainda falavam o tempo todo sobre um grupo de teatro no sertão.



Se quiser, pode clicar aqui para ver o blog da trupe nordestina, e quem não viu em São Paulo provavelmente não terá chance de ver, porque eles voltam pra Natal amanhã mesmo.

Eles vão e me deixam aqui com vontade de fazer um espetáculo como aquele, cheio de fantasia, música, narrativas e espaços no tempo.

23 novembro 2009

Após uma breve viagem ao outro lado do Equador, voltei para São Paulo e já me afundei até os cabelos na vida teatral paulista, ensaiando, apresentando, assistindo espetáculos, criando performances, visitando amigos e indo a festinhas particulares em vilas arborizadas escondidas no coração da metrópole.

Mas o pensamento que reinou absoluto na minha cabeça nessa agitada semana em São Paulo foi O Que Posso Fazer com Tudo Isso?.
Uma viagem a um lugar com cultura diferente serve pra muitas coisas, e uma delas é deslocar um pouco o nosso ponto de vista sobre nosso cotidiano (ou algo parecido com um cotidiano) para um ponto de vista um pouco mais distante, relativizado com a experiência da viagem.

Nesse caso, todo o sistema econômico socialista cubano me apontou que poderíamos fazer muito mais arte com as condições que temos, desde que sejamos um pouco mais corajosos (o que inclui coragem governamental) para utilizar o teatro como identidade da sociedade.

É com um pensamento confuso e ainda não-estruturado assim que sigo hoje buscando rumos a tomar e mais coragem para fazer todos os planos que borbulham na minha imaginação fértil.
E também lendo Adventures in the Dream Trade do genial Neil Gaiman, percebi como um blog pode ser legal, e vim aqui correndo postar algo sobre o que tem acontecido comigo.